O que sustenta o desenvolvimento é a vida

Em setembro de 2015, os países-membros das Nações Unidas aprovaram por unanimidade a “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, que se tornou a principal referência para governos de todo o mundo na formulação e implementação de políticas públicas.

A Agenda 2030 é uma declaração, que se divide em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

Por sua vez, os ODS se encaixam em 5 pilares:

Considerando o avanço acelerado do aquecimento global, a ação contra a mudança global do clima (ODS-13) tem ganhado cada vez mais relevância. Diversas ferramentas de mercado têm sido criadas como incentivo para que mais pessoas se engajem nas ações destinadas a mitigar as mudanças climáticas e seus efeitos. Em paralelo, políticas públicas têm direcionado a regulação para coibir práticas cujo impacto negativo ao meio ambiente já foi comprovado pela ciência.

O conceito de desenvolvimento sustentável que tem sido construído a partir da Agenda 2030 pode ser sintetizado em “desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer as necessidades das futuras gerações”. O objetivo é não esgotar os recursos da natureza para o futuro. 

Esse conceito, todavia, pode ser perigoso se refletir uma captura da ciência da ecologia (base da conservação ambiental) pela ciência da economia, que, no estado atual, é pautada pelas relações de consumo. Em última análise, essa apropriação indevida nos conduz, apenas, a práticas superficiais ou falaciosas (greenwashing*).

Desenvolvimento sustentável, como base de uma sociedade sustentável, pressupõe como aspecto central a ciência da ecologia. Os esforços têm que estar concentrados na recuperação dos recursos naturais (com especial atenção à diversidade biológica) e, a partir desta consciência, deve ser construída uma nova economia: aquela que parte da compreensão de que nosso maior ativo é a floresta em pé.

A segurança hídrica e a segurança alimentar dependem das florestas preservadas. As florestas são produtoras de água e, sem acesso à água, não há produção de alimentos. As florestas acolhem a vida dos polinizadores e, sem polinizadores, não há produção de alimentos. Sem água e alimentos, não há vida. A biodiversidade é a raiz da nova bioeconomia. 

Vem fazer parte com a Incarbon desse movimento maior que já começou: o movimento pela vida, a partir do reconhecimento da importância de todas as formas de vida.

  

* Greenwashing é o termo em inglês que pode ser traduzido como “lavagem verde”. Consiste na divulgação de realização práticas sustentáveis para fins de marketing ou atendimento de questões ambientais, sociais e de governança, que não geram os resultados anunciados.

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